Distraído e a mil por hora
- Alessandra Datto
- 18 de mar. de 2016
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de nov. de 2024

Quando a criança ingressa na escola são muitas as expectativas dos pais em relação ao filho e da criança em relação à escola.
No decorrer dos anos começam a surgir algumas reclamações da escola em relação ao seu filho relacionado ao seu comportamento como: nunca “parar na cadeira”, “correr excessivamente”, não prestar atenção nas coisas, esquecer seu pertences, “não escutar”, ter dificuldade para organizar tarefa e atividades, evita ou antipatiza com tarefas que exijam esforço mental constante, perda de materiais escolares, está sempre “a mil por hora”, fala demais, dar respostas precipitadamente e outras coisas.
Se você pai/mãe de alguma maneira identificou esses sintomas como sendo de seu filho, procure ajuda profissional.
Pois a criança com TDAH apresenta diversos prejuízos o que compromete seu desenvolvimento saudável tanto no ambiente escolar como no ambiente doméstico/social. Dificuldades de aprendizagem e o mau comportamento são os primeiros sintomas apresentados.
Mas é importante ficar atento, porque a criança ser mais agitada não a denomina com TDAH, por isso a avaliação com o especialista é muito importante.
Com o intuito de esclarecer o que é o transtorno déficit de atenção e hiperatividade escrevi esse breve texto pensando nos pais e responsáveis que muitas vezes ficam sem saber o que fazer e a quem recorrer quando algo não está bem com seu filho.
Portanto....
O que é o transtorno déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)?
Esse transtorno é conhecido pelo senso comum “criança agitada” que não “para quieta” dentre outros adjetivos.
O TDAH tem como característica essencial um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade. Porém os sintomas não são claros e de fácil identificação. Sendo o TDAH o mais comum dos transtornos emocionais, cognitivos e de comportamento na infância, trata-se de um transtorno multifatorial e pode acometer tanto meninas como meninos. Mas tem prevalência maior nos meninos.
Nem sempre a hiperatividade e a desatenção estão presentes, podendo estar apenas à desatenção presente em alguns casos.
Nos meninos geralmente a hiperatividade e a desatenção estão presentes, enquanto que nas meninas a prevalência maior é de desatenção, por isso muitas vezes não é percebido o TDAH na menina, mas que o prejuízo na aprendizagem torna-se evidente.
Sendo assim podemos subdividir, de acordo com o DSM-V, o TDAH em três tipos:
Transtorno do déficit de atenção com predomínio do sintoma de desatenção;
Transtorno do déficit de atenção com predomínio do sintoma de hiperatividade;
Transtorno do déficit de atenção combinado, no qual ambos os sintomas se manifestam.
O que pode causar prejuízos na vida da criança em Leve, Moderado ou Grave.
Os principais sintomas do TDAH são:
Dificuldade de manter a atenção
Inquietação que se traduz por uma grande agitação motora e mental
Impulsividade
O que causa o TDAH?
Diversos estudos tema apontado que o TDAH é originado de alterações no funcionamento cerebral, especificamente na parte anterior do cérebro chamada lobo pré-frontal e dos demais circuitos neurais que envolvem o processo da atenção.
Quem está apto a identificar uma criança com TDAH?
Apenas um profissional treinado pode diagnosticar corretamente o TDAH, pois além de conhecer os sintomas e variantes do quadro clínico, ele deve também conhecer as outras síndromes ou características de ciclos de vida que poderiam ser confundidas com TDAH. Porém, o quadro geralmente chama atenção pela discrepância do comportamento da criança em relação a outras crianças da mesma idade.
Como se diagnostica o TDAH?
O TDAH, frequentemente se manifesta muito cedo na vida da criança, mas apenas mais tarde, com início da vida escolar, é que os sintomas revelam-se de forma mais perceptível, usualmente destacando a criança do padrão de desenvolvimento esperado para sua idade.
O diagnóstico é clínico, deve ser feito por um profissional (psiquiatra, neurologista ou psicólogo) adequadamente treinado e que conheça os sintomas, curso de evolução da síndrome, os padrões normais do desenvolvimento humano e a diferença entre este e outros transtornos.
A avaliação diagnóstica deve sempre envolver os pais, os membros da família que convivem com a criança e a escola.
Por Alessandra Datto – psicóloga e neuropsicóloga CRP: 06/127458 – Contato: (11) 98428-3094 alessandraneuropsi@gmail.com
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